quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bebê - Proveta

Espermatozoides em direção ao ovócito. (Imagem Ilustrativa)

 Até a década de 1980 o sonho de ter filhos naturalmente para casais inférteis era um problema. O método da fertilização "in vitro" veio trazer novas esperanças a esses casais. Em 25 de julho de 1978 nasceu na Inglaterra Louise Brown, o primeiro bebê-proveta do mundo. E no dia 7 de outubro de 1984, nascia Ana Paula Bettencourt Caldeira na cidade de São José dos Pinhais, Curitiba, sendo ela o primeiro bebê-proveta brasileiro.
 Um bebê de proveta é proveniente de uma inseminação artificial ou fertilização in vitro, ou seja, não resulta de uma fecundação em condições naturais, mas sim da fecundação gerada em laboratório. Tal reprodução é medicamente assistida e consiste na colocação, em ambiente laboratorial, (in vitro), de um número significativo de espermatozóides, 50 a 100 mil, ao redor de cada ovócito II, procurando obter pré-embriões de boa qualidade que serão transferidos, posteriormente, para a cavidade uterina.


Caso os espermatozóides não consigam penetrar no ovócito, há uma técnica conhecida como ISCI. Nesta técnica os óvulos não são colocados juntos com os espermatozóides em uma placa com meio de cultura, como ocorre na fertilização in vitro. O embriologista imobiliza  um único espermatozóide e o injeta diretamente no citoplasma de cada ovulo a ser fertilizado, utilizando um microscópio especial, ao qual estão acoplados os instrumentos necessários para a micromanipulação dos gametas (óvulos e espermatozóides), como pode ser visto no vídeo abaixo.

     

O recurso de fertilização in vitro,ainda vem sendo muito utilizado por ser uma técnica que melhor apresenta resultados positivos com relação a taxa gravidez.
Pesquisas realizadas com o objetivo de analisar a qualidade de vida de bebes concebidos in vitro mostram que,nos últimos 30 anos, a fertilização in vitro tem sido um processo tranqüilo e seguro.


Milhões de crianças saudáveis nasceram e se desenvolveram normalmente,como Louise Brown,que tem hoje seu próprio filho de dois anos, Cameron, concebido sem a técnica.
Mas os pesquisadores sempre questionaram se poderiam ocorrer transformações sutis em um embrião cultivado por vários dias em uma placa de Petri, como são os bebês de proveta - e, caso ocorressem, se isso teria qualquer conseqüência.


Hoje, com novos estudos epidemiológicos e novas técnicas que permitem investigar os genes de células embrionárias, algumas respostas preliminares começam a surgir.
Por exemplo, alguns estudos indicam que talvez haja alguns padrões de expressão gênica anormais associados à fertilização in vitro e um possível aumento nos raros, mas desastrosos, problemas genéticos que parecem estar diretamente ligados a esses padrões incomuns. Parece também que há um aumento do risco de nascimento prematuro e de bebês abaixo do peso para sua idade gestacional.


Em novembro, os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA publicaram um artigo afirmando que bebês concebidos por fertilização in vitro, ou com uma técnica na qual o esperma é injetado diretamente nos óvulos, têm risco um pouco mais elevado de desenvolver defeitos de nascença, como falha entre duas cavidades cardíacas, lábio leporino, superdesenvolvimento do esôfago e má formação do reto.

Um comentário:

  1. Seria interessante pensar um pouco mais sobre as consequências desse "feito científico". Por exemplo: de lá pra cá, esse recurso vem sendo bastante utilizado? Há alguma notícia da qualidade de vida desses seres gerados "in vitro"? E todos eles nasceram de suas mães biológicas? Aliás, "mãe biológica" é que doou o óvulo ou a que gesta o feto em seu ventre? Ou isso não importa? Legalmente a situação é tão clara quanto parece ser cientificamente? Dá pano pra manga, né?

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